Anjos e o baú de idéias

Ontem almoçando com uma amiga falamos dos anjos que nos protegem e preservam nosso baú de idéias.

Discutíamos sobre comportamentos e de como é difícil evitar condutas oportunistas.

No cardápio as mesmas escolhas para a salada e o prato principal. Para beber coisas diferentes porque já aí vimos que não somos idênticas.

Ambas percebem que pessoas se aproximam com um propósito duvidoso e que muito mais querem receber do que dar.

No discurso sim, mas na prática não.

Essas percebem seu potencial e vão se utilizando, mas de verdade não estão dispostas a ajudá-la a chegar no próximo nível… na verdade é você o degrau, pisarão para subir.

Quem já não viveu isso não é mesmo?!

Pois é,  mas o ponto principal era: Como lidar com isso? Como conduzir essas relações? Como se livrar dessa energia que em nada acrescenta? Que de nenhuma forma respeita?

Não existe receita de bolo para isso, mas confessei à ela que minha natureza mais prática e menos disposta ao sofrimento que esse convívio me causa, corto o mal pela raiz, me afastando definitivamente.

As vezes esse rompimento leva consigo outros tantos que estavam vinculados aos mesmos interesses e que ainda não tinham sido descobertos.

São deflagrados pelo distanciamento repentino que tomam ao perceberem que “desse mato não sairá cachorro”.

Lamentável, mas muito efetivo.

Ela no entanto, disse que observa bem a conduta e que “ouve as vozes dos anjos que cuidam dela” (que bonito isso), e que basta “mudar a energia”.

Explicou-me que naturalmente a relação esfria (mérito dos anjos) e aquela pessoa sai de sua vida. “Vai com Deus” como ela diz, rindo ao final.

Achei interessante perceber a forma como temos comportamentos diferentes sobre o mesmo ponto. O dela trazendo menos traumas. Vou aprendendo, agora com ela.

Depois falamos sobre o que a inteligência é capaz de produzir de ideias e de como somos (nós duas) descuidadas com o sigilo para a inovação. Aqui se deu o auge do nosso encontro.

Falando de quantas de suas idéias já foram roubadas e apropriadas por outros ela soltou a pérola:

“Roubou minha idéia?! Pode ficar, eu tenho muitas outras!!!”.

Foi uma risada só!!! Por que?!

Ora, uma ideia se estrutura sob a visão que temos sobre algo. Nossa inteligência.

Se o ladrão não tem essa amplitude, possivelmente não terá como estruturá-la e implantá-la, que dirá fazê-la crescer.

A ideia já está condenada a morrer naquilo que acreditou ter roubado.

Depois da sobremesa, o café e a carona até em casa, as reflexões!

Pensamentos que duraram o suficiente para mais uma lição aprendida.