O que o choro de Bernardinho tem a ver com os líderes que deixam suas cadeiras?

Ontem Bernardinho deixou a seleção, depois de 16 anos. A reportagem começa contando seus feitos, suas vitórias, as comemorações e por fim o depoimento lindo, humilde e agradecido com as seguintes palavras: “O que um professor quer ..que o reconhecimento é quando um ex-aluno vem à ele… o Gustavo me mandou uma mensagem muito linda …e no fim é o que fica…(olhos cheios de emoção)”.

Veja a reportagem: https://www.youtube.com/watch?v=E9fraNKuqCg

Sua emoção está atrelada ao sentimento de quem se dedicou muito à algo que trouxe tanto reconhecimento e aprendizado, em grupo. Não é fácil despedir-se de um grupo ou pessoas que aprendemos a respeitar e amar. Neste momento visitam-se sentimentos mistos que tanto orgulham quanto entristecem. Sentir saudades antecipadas daquele companheirismo e cumplicidade que a rotina possibilita, dessa união, que permitiu tantos feitos, é parte da história desse caminho.

Ao final de uma jornada é isso que todos os líderes desejam: reconhecimento através da consideração daquele ou daqueles que o sucedem. Que aqueles que o substituem demonstrem interesse dos porquês aquilo foi feito daquela forma… que queiram sua opinião, mesmo que informal, mesmo que não usem, numa outra relação, porque o que existe é maior: respeito.

O que um líder busca é ser exemplo, de disciplina, de compromisso, de ética. Não há forma melhor de ensinar. Chamem de “cumprir o SLA”, “entregar um projeto”, “reduzir gastos e melhorar performance”, “gerar indicadores de tendências positivas”, etc, etc.

Quando vai embora o que o líder espera é que seu nome seja lembrado como aqueles momentos que temos de um professor, alguém que se dedicou a transmitir um conhecimento, por menor que seja, e esta referência tenha influenciada não apenas para aquela equipe direta, mas todos que assistiram ou se beneficiaram daquele modelo, tornando a consciência pela qualidade, algo admirável e ampliado.

Os líderes querem ser lebrados como grandes educadores.

Noutro dia tive dois momentos lindos como esse, onde pessoas que trabalharam comigo deixaram no Whats dois recados de ano novo com depoimentos extremamente lindos e sensíveis sobre o quanto eu mudei significativamente suas vidas e suas visões sobre ética e escolhas profissionais, e que fizeram toda a diferença para o que são hoje. Por tudo o que busquei realizar nestes anos em ambientes corporativos, obrigada queridos. Como diz o Bernardinho: porque no final é o que fica! Mesmo que seja um. Já valeu.

Bernardinho deixa seu legado e todos aqueles que cumpriram sua jornada também, em quaisquer áreas, e devem ter essa leitura sobre o seu realizado. Gratidão é um sentimento nobre que nem todos compreendem ou percebem. Continuem mesmo assim: como um professor faz.

Entendam que o ciclo de sucessão tem de ocorrer, agora e depois, logo ali na frente!

E lembrem-se: Há muito o que fazer fora dessas cadeiras: seja aconselhando, suportando ou ensinando quem quer e sabe o valor de compartilhar.

Bola pra frente!