Mulher: Que reflexo você vê no espelho?!
Quero hoje fazer uma releitura dos posts que fiz em 2015 e 2016 sobre o dia da mulher.
Estamos nos aproximando de mais uma comemoração e acredito que é preciso consolidar os olhares que trouxe aqui e ali e com o que penso agora.
Conheço mulheres que batem no peito e dizem que aceitam o seu papel de mãe, blá, blá, blá, mas na primeira necessidade de serem acolhedoras e compreensivas (como qualquer ser humano deve ser), julgam ou ainda condenam os filhos porque eles não fazem do jeito que elas acham melhor.
Que nossos testemunhos não sirvam ao booling de nós mesmas.
Que estes desabafos sirvam a conscientização e conhecimento para quem está a frente. Que possamos avaliar tudo isso antes de assumirmos papéis que não temos nenhuma inclinação ou aptidão.
Que respeitemos nossos desejos e limites.
Que possamos decidir por querermos ou não sermos mães, profissionais da iniciativa privada, liberais, do lar, atletas, voluntárias, missionárias.
Que se nossas experiências não nos fizeram felizes que possamos declarar nossa frustração sem sermos recriminadas ou julgadas, principalmente por nós mesmas.
Aí sim, teremos motivos para comemorar o “dia da mulher”, fazendo valer nossos posicionamentos e defendendo os nossos direitos: direitos inclusive de não querer exercê-los.
Minha mãe já era motorista habilitada na década de 70 e pasmem, dirigia melhor que meu pai.
Fui educada sobre preceitos de caráter que estão acima das leis civis. Ajo pelo que é certo e não espero que a lei me surpreenda.
Fui preparada pra ter profissão, me manter financeiramente e ser reconhecida pela qualidade daquilo que entrego, e ainda optei pela área de tecnologia da informação quando este ambiente era dominado pelos homens. Mas decidi mudar e agora sigo no caminho da educação porque é nela que há alguma esperança de levar entendimento sobre o respeito aos outros e a si mesmo.
Casei por amor e dividi minha vida com um homem que sabe cozinhar e cuidou mais das crianças do que eu mesma.
Eduquei a geração saúde: meus filhos hoje adultos são responsáveis, éticos, gostam de estudar, não bebem, não usam drogas e mantém-se amigos leais.
Tenho novas relações que me ajudam a enxergar minhas infinitas possibilidades. Críticas respeitosas e elogios verdadeiros que fazem de mim uma pessoa em processo de renovação todo o tempo.
Minha diarista em São Paulo se chamava Maria e com que amor ela cuidou da minha casa…talvez com mais capricho do que ela pôde colocar na própria. Maria é minha amiga do whats e no facebook, e sempre temos um pensamento positivo quando pensamos uma na outra, mesmo não nos vendo toda semana, já que agora moro em Jundiaí.
Tenho amigas pra confidenciar os meus segredos, minhas alegrias e frustrações. Estas assistiram o tempo passar junto comigo, meu amadurecimento e minhas eternas criancices para algumas coisas. Elas me perdoam sempre. Temos divergências mas nos respeitamos…porque enxergamos mais qualidades do que defeitos uma na outra.
Me mantenho estudando pois a vida ainda tem muito a ensinar. Sempre.
Faço as unhas, pinto os cabelos,me maqueio, vou ao bar com os amigos, vejo bons filmes na web ou no netflix (sozinha ou acompanhada), enfim, me mantenho tão feliz por fora quanto sou por dentro.
Persigo meus sonhos e de outras pessoas que me cercam, mesmo que ainda haja quem acredite que é tarde demais para isto ou que o outro não mereça o meu tempo. A vida se incumbe de trazer aquilo que merecemos.
Que possamos, em qualquer tempo, nos olhar no espelho e em nosso reflexo reconhecer a mulher contemporânea que fomos e que somos, fazendo o que acharmos melhor segundo o que acreditamos, seguindo os nossos valores e respeitando o mesmo direito daqueles ou daquelas que nos cercarem.
Que não tenhamos idolatria e nem desejemos ser heroínas esgotadas pelas cobranças pessoais…e também não lamentemos a nossa sorte, fazendo papel de coitadinha. A vida já é complicada por si, não precisamos potencializar as dificuldades e nem causar pena dos outros para encontrarmos o nosso valor.
Que não esqueçamos acima de tudo da nossa feminilidade e que, vez em quando, deixemos que as decisões e escolhas sejam do(s) outro(os); que gentilezas na abertura de uma porta, no puxar de uma cadeira, no pagamento de uma conta no restaurante nos relembrem que isso não significa fraqueza mas generosidade e atenção na nossa direção… amolecendo os nossos corações e permitindo que nossa sensibilidade possa emergir de onde a escondemos nas batalhas da vida.
Tolle Bilder! Noch schöne Tage! LG aus Freiburg
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