SOU COACH, NÃO SOU TERAPÊUTA!
SOU COACH, NÃO SOU TERAPÊUTA!
Não fiz minha formação no IBC. É lamentável o que IBC e Globo fizeram. Vergonha alheia! Se você não sabe o que ocorreu, leia.
Uma das primeiras lições que aprendi em minha formação foi o que é e o que não é coaching. Coaching não é terapia.
Em minha turma haviam psicólogas, já atuantes, buscando conhecer o coaching como uma ferramenta para apoio aos seus processos, entre outras profissionais da área de RH e etc.
Como eu, no desenvolvimento de competências comportamentais como foco, persistência, determinação, disciplina e etc; as psicoterapêutas foram conhecer outras formas de apoiar seus clientes na sua linha de atuação (e conhecimento) caso entendessem apropriado.
Uma psicóloga pode ser também uma coach, mas uma coach não pode ser uma psicóloga.
Não pode porque não estudou a mente humana e não poderá portanto garantir que saberá suportá-lo em suas lembranças, traumas e tristezas. É temerário que alguns profissionais o façam sem o devido conhecimento. Quem pode visitar o passado e ficar lá questionando sentimento e emoções são psicólogos.
Atendo processos de coaching há 3 anos e em todos os casos, uma das primeiras perguntas que faço é se o cliente está em tratamento terapêutico.
Se ele diz que sim, então seu médico precisará autorizar formalmente que ele possa passar pelo processo após entender a linha em que atuo. Em alguns casos o terapeuta autorizou, em outras não.
Já atendi também clientes que não estavam em tratamento mas trouxeram questões pessoais relacionadas ao seu passado (que não tinham sido questionadas) que evidenciaram extrema fragilidade e muita tristeza.
Isso fez com que eu interrompesse o processo, orientando-os a procurar um psicólogo ou psiquiatra. Forneci indicação de profissionais da minha relação que poderiam atendê-los.
Noutro dia uma amiga me perguntou: “Suas sessões de coaching SEMPRE fazem o cliente chorar?!”. Eu respondi: – Não, de forma alguma, por quê?, e ela: “Estranho, minha mãe está fazendo e vem de lá acabada de tanto chorar e disse que a coach pegou pesado”.
Ora, numa sessão de coaching ou outra pode ocorrer do cliente se emocionar pelas lembranças que podem vir, mas rapidamente deve voltar ao propósito que é fortalecer as pessoas ao encontro das metas que quer alcançar. Este é o foco em que atuo: Metas, disciplina e motivação para alcança-las.
Se está sempre chorando, à mim o que indica é que o processo está fazendo com que sofra e não se fortaleça. Então, deveria ir para a terapia.
Utilizo o coaching como uma das ferramentas nos processos de desenvolvimento de competências comportamentais como as que citei acima.
A linha em que atuo não olha para questões emocionais/psicológicas. Falo de comportamento, de disciplina, de persistência, de planejamento, de confiança em si mesmo. O olhar do cliente é levado para o futuro, para suas metas e objetivos. Não para o passado.
Ele é apoiado no planejamento de metas, para alcance dos seus resultados e mudança de hábitos(procrastinação e etc). Aplico ferramentas da administração, dos cursos que fiz sobre gestão de tempo, produtividade e gestão para resultados, além daquelas que aprendi em minha pós graduação em coaching, claro.
Parabéns, Neila! Excelente texto.
Obrigada Neusa! É preciso seriedade quando falamos da vida das pessoas!